RUBIACEAE

Rudgea nobilis Müll.Arg.

EN

EOO:

8.572,825 Km2

AOO:

52,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: RIO DE JANEIRO, Municípios de Nova Friburgo (Sylvestre 363), Petrópolis (Glaziou 6040), São Fidélis (Nadruz 2667), Teresópolis (Pereira 201); SÃO PAULO, Municípios de Cunha (Martins 12368), São Luiz do Paraitinga (Ressel 130), Ubatuba (Peixoto 13060).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvores de pequeno porte, até 7 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila Densa submontana e montana, entre 900-1300 m, na Mata Atlântica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição restrita, EOO=7504km², AOO=52 km², cinco situações de ameaça e especificidade de habitat, atualmente severamente fragmentado. Diante da cota altitudinal preferencial para a ocorrência de R. nobilis, seu habitat é relativamente bem preservado, e há ocorrências em importantes Unidades de Conservação, inclusive com registros realizados na última década para o estado de São Paulo, onde foi considerada extinta. Entretanto, mesmo dentro das áreas protegidas, ameaças incidem e afetam a perpetuação de espécies da flora como R. nobilis. O desmatamento e a extração de madeira ainda são uma realidade no Parque Estadual da Serra do Mar (SEMA/IF-SP, 2008), assim como o aumento em frequência e intensidade de incêndios florestais na Serra dos órgãos (RJ) (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014a). Ainda, agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, com plantio de feijão, mandioca e hortaliças e, em menor quantidade, criação de animais (Mendes, 2010), também representam vetores de stress à biodiversidade. Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Assim, R. nobilis foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção nesta ocasião. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Fl. Bras. 6(5): 172. 1881. Espécie semelhante à Rudgea jasminoides pelas estípulas dorsalmente carenadas e pelas inflorescências ramificadas e laxas, mas difere desta pela fusão da porção intrapeciolar das estípulas, pelo formato das folhas e pela maior proporção no tamanho de suas estruturas (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: small tree, tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Caracteriza-se por arvoretas de até 7m de altura (Zappi, 2003; Bruniera, 2015), que habita a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa submontana e montana, entre 900-1300 m (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Zappi, D., 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, 58:513-596.
  2. Bruniera, C.P., 2015. Sistemática e taxonomia de Rudgea Salisb. (Palicoureeae, Rubiaceae). Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 283 pp, 2015. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-28072015-145432/en.php
  3. Rudgea in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14260>. Acesso em: 17 Mai. 2019

Reprodução:

Detalhes: Floresce durante o ano todo, coletada com frutos de Janeiro a Abril (Bruniera, 2015)
Referências:
  1. Bruniera, C.P., 2015. Sistemática e taxonomia de Rudgea Salisb. (Palicoureeae, Rubiaceae). Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 283 pp, 2015. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-28072015-145432/en.php

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat past,present,future regional high
Historicamente, no município de Nova Friburgo e na localidade de Alto Macaé que está incluída na APA de Macaé de Cima, praticava-se agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, com plantio de feijão, mandioca e hortaliças e, em menor quantidade, criação de animais (Mendes, 2010).
Referências:
  1. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da priopriedade eo direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. V Encontro Nac. da Anppas, Florianópolis, SC.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat past,present,future regional high
Na busca de uma forma alternativa de vida, novos moradores se instalaram em Nova Friburgo fugindo de centros urbanos, havendo substituição de atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo, à construção civil, ao comércio e à prestação de serviços, afim de atenderem as novas demandas da região (Mendes, 2010).
Referências:
  1. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da priopriedade eo direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. V Encontro Nac. da Anppas, Florianópolis, SC.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat past,present,future regional high
Devido à beleza cênica Nova Friburgo se tornou um local de atração turística, e como consequência, houve uma substituição das atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo. Propriedades destinadas à agricultura foram substituídas por pousadas, hotéis, restaurantes e casas de veraneio (Mendes, 2010).
Referências:
  1. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da priopriedade eo direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. V Encontro Nac. da Anppas, Florianópolis, SC.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present national high
O município de Nova Friburgo possui 43% de matas Nativas, Petrópolis 32%, São Fidélis 6%, Teresópolis 34% (RJ); Cunha 15%, São Luis do Paraitinga 17%, Ubatuba 85% (SOS Mata Atlântica/INPE, 2014).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/INPE, 2014. https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2015/11/tabela-municipios-SOSMA_INPE_Atlas-Municipios_2014_rema.pdf
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present,future regional high
O aumento da frequência de incêndios na Serra dos Órgãos (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014a) representa uma ameaça às espécies.
Referências:
  1. IBAMA, 2014. Ibama combate incêndio no Parque Nacional Serra dos Órgãos. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-combate-incendio-no-parque-nacional-serra-dos-orgaos>.
  2. ICMBio, 2014a. ICMBio e Ibama trabalham para conter incêndio na Serra dos Órgãos. Meio Ambiente. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/10/icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter-incendio-na-serra-dos-orgaos>.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de São Luiz do Paraitinga com 61731 ha tem 44,3% de seu território (27359 ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018). O município de Cunha com 140725 ha tem 54,4% de seu território (76559 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 31 de outubro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5 Biological resource use mature individuals,occupancy past,present,future regional high
O desmatamento foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e a extração de madeira como uma pressão alta. As florestas de encosta apresentam grande diversidade e estão sujeitas aos diversos tipos de perturbações (caça, corte seletivo, poluição, ocupação irregular)
Referências:
  1. SEMA/IF-SP, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. URL http://fflorestal.sp.gov.br/pagina-inicial/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/. Acesso em 12/7/2018.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5 Law & policy on going
Considerada Deficiente de Dados (DD) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2. Em Perigo (EN) (Biodiversitas, 2005). Considerada Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Referências:
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CARAPIÁ (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MACAÉ DE CIMA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE PETRÓPOLIS (US), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR (PI), PARQUE ESTADUAL DO DESENGANO (PI), PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ORGÃOS (PI) e PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR (PI)

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.